quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Filadélfia: gato enrolado em fita-cola industriale abandonado para morrer





Em finais de Setembro de 2009 aconteceu em Filadélfia, a maior cidade do estado americano da Pensilvânia, um dos mais inacreditáveis casos de crueldade animal: uma gata de porte pequeno foi encontrada enrolada em fita-cola industrial desde o pescoço até às patas traseiras, impossibilitada de se mover e abandonada num terreno baldio, onde certamente sofreria uma morte lenta e agonizante


É a derradeira definição de crueldade animal. Uma residente de Filadélfia, Irisa Torian, olhou pela janela de sua casa no dia 22 de Setembro de 2009 e reparou em algo estranho e macabro: no meio das ervas do quintal das traseiras estava um pequeno gato totalmente enrolado em várias voltas de fita adesiva industrial. As patas da frente e de trás tinham sido enroladas juntas e todo o corpo envolvido em várias camadas de fita adesiva, deixando apenas a cabeça de fora. O animal estava totalmente impossibilitado de se mexer e, caso não tivesse sido descoberto, enfrentaria uma morte lenta e agonizante.



Irisa Torian telefonou imediatamente para a Linha de atendimento permanente contra a crueldade da Sociedade de Prevenção da Crueldade contra Animais (SPCA – Society for the Prevention of Cruelty to Animals), que logo destacou uma equipa de agentes para resgatar o felino. O pequeno felino, uma fêmea, foi entretanto baptizado com o nome de “Sticky”, que em português significa “colante”, numa referência à forma como foi encontrado “mumificado” com a fita adesiva.



Retirada do quintal no Norte de Filadélfia, Sticky foi deixada ao cuidado dos médicos e enfermeiros da PSPCA (a SPCA da Pensilvânia).




A foto tirada pela SPCA de Pensilvânia mostra a gatinha coberta de fita adesiva industrial, apenas com a cabeça de fora.

A pequena gata foi sedada antes de ser cuidadosamente cortada a fita adesiva que a envolvia com tesouras próprias para cortar ligaduras. Esta delicada operação demorou uma hora. A fita adesiva retirada de Sticky foi preservada como prova do crime.



Depois de estar liberta da sua prisão, Sticky foi examinada e de tal forma mimada que em breve as notícias sobre si diziam que estava “extremamente bem”.



Sticky é uma fêmea Tabby cinzenta de pêlo curto, doméstica, que se pensa ter entre um e dois anos e pesa quase três quilos e seiscentos gramas. Não foi esterilizada, mas essa é uma operação programada caso venha a ser adoptada.

A polícia à procura do culpado
A investigação sobre o tratamento cruel infligido a Sticky reuniu diversos agentes da polícia, que procuraram não só o culpado ou culpados deste acto, como também o dono de Sticky, pois a gata não possuia identificação nem tinha microchip.
A investigação teve início no bairro onde o felino foi encontrado e houve diversos telefonemas de pessoas que alegavam ser donos de Sticky, mas que teriam de o provar com a documentação devida.
Williamson, da PSPCA, referiu que o Estado iria apresentar uma acusação de delito menor, punível com até um ano de pena de prisão e/ou uma multa até 2500 dólares. O autor do crime pode também ser proibido de ter quaisquer animais de estimação durante um ano.
Inicialmente, a PSPCA ofereceu uma recompensa de mil dólares para informações que conduzissem à pessoa ou pessoas responsáveis pela crueldade animal perpetrada contra Sticky, mas devido às contribuições de diversos simpatizantes esse total rapidamente ascendeu aos dois mil dólares.
As informações deveriam ser prestadas para a Linha de Atendimento Permanente Contra a Crueldade da PSPCA, uma linha telefónica em serviço 24 horas por dia.

Foi oferecida uma recompensa de dois mil dólares a quem desse informações sobre o culpado desta crueldade contra Sticky

“Quem fez isto é uma pessoa muito doente”, disse George Bengal, director de investigações na Sociedade de Prevenção da Crueldade contra Animais da Pensilvânia (PSPCA), cujo quartel-general se situa em Filadélfia Norte.Em declarações à 6ABC, Bengal disse que “nunca tinha visto um gato totalmente embrulhado como se fosse uma múmia”, acrescentando que “quem fez isto demorou muito tempo, foi muito metódico… só um indivíduo muito doente faria algo assim a um gato”.
A porta-voz da PSPCA, Gail Luciani, referiu que a gatinha era extremamente amigável: “Ela estava a ronronar enquanto a preparávamos para retirar a fita adesiva, enquanto a sedávamos”.


“Tivemos a sorte da fita-cola não ter estado muito tempo no corpo da gatinha, pelo que saiu facilmente”, referiu a porta-voz. “Não sei precisar que idade ela tem, mas é um adulto”.
Sticky ainda não está disponível para adopção, mas à data das notícias já estavam a ser aceites candidaturas, feitas através do site da PSPCA. Uns dias depois, a imprensa dava conta de que mais de 100 pessoas se tinham oferecido para adoptar Sticky.

Encontrado o culpado
Uns dias após a descoberta do gatinho totalmente enrolado em fita adesiva, as autoridades informavam que um homem se tinha apresentado e confessado ter envolvido em fita-cola a gatinha Sticky.
A PSPCA disse ter recebido um telefonema de um rapaz chamado James Davis, a admitir o crime. Davis foi preso no Domingo seguinte à descoberta da gatinha e enfrenta uma pena de dois anos de prisão por acusação de crueldade contra um animal.


Davis tinha perdido em anos recentes o pai e o irmão, vitimas de homicídio, e está a ser alvo de uma avaliação mental.
Se Davis, de 19 anos, for condenado, a pessoa que o denunciou anonimamente receberá a recompensa de dois mil dólares oferecida pela PSPCA.
O adolescente entregou-se à polícia de Filadélfia, que informou que Davis admitiu ter envolvido a gata em fita-cola industrial no Domingo, dia 21 de Setembro, cerca das cinco da tarde, em sua casa, tendo-a deixado ali durante várias horas. Depois, meteu a gata num saco de compras e largou-a num quintal de um vizinho porque o animal não parava de chorar.
James Davis terá de passar por uma avaliação psiquiátrica

A mulher que vive na casa contígua ao quintal olhou, por acaso, pela janela e viu a gata, tendo contactado as autoridades.
"Basicamente, ele viu o animal no quintal dele e não gostou disso”, disse George Bengal da PSPCA. “Acho que este jovem tem muitos problemas na vida. Ele estava com muitos remorsos por aquilo que tinha feito. Felizmente ele terá a ajuda de que necessita”.
O suspeito alegadamente não tem qualquer registo de crueldade ou negligência contra animais, embora a PSPCA não soubesse se tinha cadastro.
“Este gato é extremamente meigo”, disse George Bengal em declarações à Fox News. “Não consigo imaginar alguém a fazer isto a este gato. Quer dizer, é um gato doméstico. É óbvio que tinha dono, pois pode ser manuseado muito facilmente”.


A PSPCA recebeu mais de cem candidaturas de pessoas que queriam adoptar Sticky, e analisou todas elas cuidadosamente para encontrar a casa que melhor se adaptasse ao pequeno felino. Finalmente, foi escolhida uma família, que preferiu permanecer no anonimato.
Para os investigadores, este foi um dos piores casos de crueldade contra um animal.

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